Dando Voz aos Adolescentes na Pandemia

Dando Voz aos Adolescentes na Pandemia

A pandemia pelo novo Coronavírus tem provocando mudanças consideráveis na nossa sociedade de maneira global, sobretudo decorrente da necessidade do isolamento social, para a redução da proliferação do vírus. Esse é, sem dúvida, um tempo de muitas incertezas, temores e prudência, dado ao número de contaminados e perdas de mais de 1 milhão de vidas no mundo.

Querendo ouvir o que estão pensando e sentindo os adolescentes nesse tempo de pandemia fizemos uma conversa individual com 4 deles, de 3 países: Brasil, Venezuela e El Salvador. Eles têm idade entre 13 e 17 anos. Suas respostas nos surpreenderam, e pudemos compreender um pouco como a pandemia tem afetado seus sentimentos, relacionamentos familiares e de amizade, rotina, vida escolar e seus pensamentos quanto ao futuro. Você pode acompanhar as conslucões como nas respostas de *I.M. que descreveu seus sentimentos de forma bem direta ao ser perguntada sobre seu pensamento em relação ao tempo de pandemia:

Quando penso nesse tempo de pandemia sinto um desespero e ansiedade. Como se eu estivesse parada por muito tempo sem poder fazer nada. Minha rotina tem sido normal, porém mais cansativa. Tenho estudado mais durante o dia do que qualquer outra coisa… Acredito que o que mais mudou foi a minha disposição e determinação. Achei que seria mais complicado (ficar dentro de casa com a minha família). De vez em quando ocorrem alguns desentendimentos, mas são resolvidos rapidamente. Quando penso sobre o futuro, acho que é algo muito incerto mas sinto que vai ser totalmente diferente e mais corrido que antes. Acredito também que as pessoas estarão mais amáveis e calorosas.

Os adolescentes também relataram seus sentimentos de tristeza e estranheza em relação as suas atividades eclesiásticas e relacionamentos sem toque com os amigos. *T.C. disse estar “um pouco triste, porque não estamos indo à igreja como antes.” Mesmo assim, demosntra esperança ao declarar saber que “Deus tem uma saída pra nós.”

Quanto a ter notícias dos amigos, eu tenho contato com eles pelo celular. Às vezes eu desço do prédio e encontro duas amigas e ficamos conversando. Na igreja também os vejo. No começo foi estranho, por causa da máscara, depois foi bom, mesmo não podendo tocar. – afirma I.M.

Outro grande impacto descrito pelos adolescentes foi em relação a educação e o processo de aprendizado. Aos 17 anos, *G.M. tinha grandes expectativas para o ano escolar:

Quando penso nesse tempo de pandemia… é uma confusão de sentimentos, estou no meu último ano do Ensino Médio e com a pandemia todos os meus planos, que foram pensados desde o 7° ano, de viver o melhor ano escolar da minha vida, foram pelo ralo, então é meio frustrante… mas ao mesmo tempo ela me proporcionou um autoconhecimento que nunca teria alcançado se estivesse na rotina normal, e por isso talvez gratidão me defina. Estou tendo aula por meio de um aplicativo. Temos tido aula em horário normal (07h30 as 12h50). Tem sido horrível! (risos) Raramente consigo pegar o horário das aulas e acabo focando nas que foram gravadas pelos professores e nas atividades que eles mandam.

A resiliência encontrada nas falas dos adolescentes entrevistados também nos motivou a crer na esperança de novos tempos. *R.P. crê que a pandemia irá trazer “uma sociedade completamente diferente, pensando de maneira diferente.”

Quando penso no futuro sinto… Medo e uma pitada de ânimo, o mundo está meio que de cabeça para baixo, pensar no mercado de trabalho, faculdade, finanças e saúde mental enquanto tudo isso acontece é mega desesperador. Mas, ainda assim fico na esperança de que tudo vai melhorar e as coisas vão acontecer da melhor forma para mim! Está tudo incerto, mas há esperança, as cores mostram a esperança.

Declara I.M., que descreveu seu sentimento com o desenho feito por ela e que ilustra este relato: “Esse desenho é como se fosse uma pessoa que durante esse tempo passou por coisas difíceis e não conseguiu se reerguer ou lidar com isso. Mas as outras pessoas passam coisas boas, assim preenchendo o vazio com apenas um toque (que ainda não é possível cumprir). Acho que é isso.” – finaliza.

Foi uma experiência muito enriquecedora escutar os adolescentes. Eles se sentiram muito valorizados em saber que alguém estava interessando em ouvir o que pensavam e sentiam, ressaltando que de fato, não é uma atividade comum, quanto é necessária. Mesmo sendo de três realidades culturais diferentes, observamos que eles têm sentimentos e pensamentos muito semelhantes quando expressam o que tem vivido durante pandemia.

Animamos aos que lerem esse relato, que escutem os adolescentes de sua família ou os que estejam próximos, não somente em tempo de pandemia. Se tivermos a sensibilidade necessária, poderemos escutar com empatia o coração de cada adolescente e entender seus sentimentos, oferecer apoio aos que necessitam e também apreciar seu olhar sobre a vida, o mundo e sobre o futuro.

Esse relato é baseado no material apresentado no curso Sociologia da Criança, ministrado pelo Professora Dra. Silvana Bezerra Magalhães, como curso de extensão do CEFET, cujo grupo foi formado por: Carmen Ligia Ferreira de Andrade – Multiplicadora do Projeto Calçada, Cleisse Denise Ferreira de Andrade – Coordenadora do Projeto Calçada na América Latina  e Luciana Falcão da Silva – Coordenadora do Projetro Calçada no Brasil.

* I.M., mora em São Gonçalo/RJ, gênero feminino, religião cristã, pais divorciados. Mora com a mãe e seu esposo. O pai possui dois cursos superiores e a mãe possui o superior incompleto.

* T.C., 13 anos, vive em Acarigua, Venezuela. É do gênero feminino, religião cristã e tem o pai e a mã pós-graduando.

* R.P., vive em Ahuachapan, El Salvador. É do gênero masculino, religião cristã e tem o pai preso por violência doméstica e uso de drogas. A mãe é dependente química e os abandonou. Atualmente, ele mora com a tia, que possui curso superior.

*G.M., 17 anos, mora em São Gonçalo/RJ. Gênero feminino, religião cristã, pais divorciados, mas mora com a mãe e seu esposo. O pai possui dois cursos superiores e a mãe o superior incompleto.

O Olhar para a deficiência paralisa, mas o olhar para as possibilidades nos impulsiona

O Olhar para a deficiência paralisa, mas o olhar para as possibilidades nos impulsiona

Não estamos preparados para receber uma criança com deficiência, os pais, avós, tios e professores, todos se deparam com uma situação desafiadora quando são confrontados com essa realidade. Na maioria das vezes não sabemos como reagir e nos sentimos incapacitados para atender às necessidades que se apresentam diante de nós. A primeira reação que pode se apresentar é um sentimento de piedade, ficamos tristes por achar que aquela criança está fadada a uma vida de perdas, não sabemos como interagir, não sabemos nem mesmo o que esperar.

Um dos princípios fundamentais que apendi ao longo de décadas de trabalho com Educação Especial foi que ao me deparar com uma criança com deficiência é necessário desviar o foco do que lhe falta, e estar atentos às possibilidades que aquela pessoa que está diante de nós apresenta. Não podemos nos deixar sucumbir ao sentimento de piedade e superproteção, não dá para dizer que não somos capacitados para interagir, a criança está ali, diante de nós e nossa responsabilidade é dar uma resposta às suas necessidade. Quando enxergamos além da deficiência conseguimos ver as possibilidades, a deficiência nos paralisa mas as possibilidades nos inspiram e impulsionam para buscarmos novos caminhos, seja em relação ao aprendizado ou ao convívio social.

Tendo trabalhado por muito tempo com pessoas com deficiência, tive oportunidades de atuar junto a crianças e adolescentes surdos, crianças com Deficiência Intelectual e pessoas cegas ou com baixa visão. Não havia atuado, nem me sentia motivada a atuar com crianças com paralisia cerebral¹ ou com múltiplas deficiências. Quando via colegas de trabalho interagindo oralmente com crianças com paralisia cerebral, que não andavam, não falavam, algumas nem sequer conseguiam dar um aceno, crianças que aparentemente não entendiam nada do que acontecia ao seu redor, eu pensava que aquelas colegas estavam falando sozinhas, que não havia nenhum tipo de correspondência por parte da criança.

Finalmente tive oportunidade de trabalhar com alunos com paralisia cerebral, todos eles me surpreendiam a cada encontro, uma delas, em especial, me marcou muito porque a escola afirmava que a criança não falava e não compreendia a linguagem oral, embora a mãe afirmasse o contrário. Vou chama-la de Isa, ela estava então com 8 anos. Essa criança não andava e, aparentemente não falava, ela apresentava paralisia cerebral com movimentos involuntários que a obrigavam a ficar literalmente presa na cadeira de rodas para que não escorregasse. Comecei o trabalho com a Isa, e a cada dia me surpreendia com suas possibilidades, um dia ela me contou algo sobre sua família, era necessário um esforço muito grande para que as palavras fossem articuladas, a fala era difícil por sua condição coreoatetóide², porém pude perceber que sua linguagem era perfeitamente estruturada. Quando ela percebia que eu não havia compreendido sua fala, ela recomeçava a frase do início, percebi que se eu repetisse a frase que ela havia dito e só parasse na palavra que eu não havia compreendido a comunicação fluía mais facilmente. Em outra oportunidade eu havia planejado que ela usasse o computador para iniciar uma possibilidade de escrita, mais uma vez Isa me surpreendeu quando depois de um esforço enorme conseguiu digitar algumas letras aleatórias, muito cansada e quase caindo da cadeira ela me pediu para deixa-la tentar mais uma vez, ela mesma indicava a posição que facilitava a atividade.

Jamais poderemos prever o nível de desenvolvimento de uma criança baseados apenas nas características apresentadas por uma deficiência.

Cada pessoa é única, cada um de nós reage de forma diferente diante das situações que nos são apresentadas, com as pessoas com deficiência também é assim, não é porque uma criança apresenta, por exemplo, Síndrome de Down, que ela vai reagir da mesma forma que uma outra da mesma idade que também apresente a Síndrome. Não podemos rotular, não podemos alimentar ideias estereotipadas a respeito das pessoas com deficiência, todas elas tem direito a oportunidades para que desenvolvam ao máximos suas potencialidades.

Perceber a deficiência como uma particularidade ou como fazendo parte da diversidade humana é um grande desafio. Precisamos ter em mente que a criança com deficiência é uma pessoa que tem direitos como qualquer outra, mas que acima de tudo precisa ter assegurada sua acessibilidade e participação em todos os espaços. Precisamos acreditar e investir, dando ferramentas e possibilidades para que cada criança com deficiência desenvolva ao máximo seu potencial e alcance seu lugar na sociedade.

Sonia Cristina de Medeiros Rocha
Fonoaudióloga, Professora especialista em Atendimento Educacional Especializado e membro do Conselho Consultivo da Lifewords Brasil.


¹Paralisia cerebral é uma lesão permanente e não progressiva do sistema nervoso em desenvolvimento que afeta o tônus, os reflexos e as posturas, comprometendo o desenvolvimento motor do indivíduo. (https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/342/paralisia%20cerebral)

²A paralisia cerebral coreoatetoide compreende uma alteração neurológica central, não evolutiva, que compromete o movimento e a postura, sendo caracterizada principalmente pela presença de movimentos involuntários. A criança com paralisia cerebral coreoatetoide pode apresentar movimentação involuntária de língua e de mandíbula, interferindo na dinâmica da deglutição e da fala. (https://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n2/37-09.pdf)

Quem de fato tem a prioridade absoluta no Brasil?

Quem de fato tem a prioridade absoluta no Brasil?

Em 2020, quando completamos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, é inadmissível que crianças e adolescentes do Brasil ainda sofram tanto com a quebra de seus direitos mais básicos, como aconteceu com a pequena Menina Capixaba, violentada dentro de casa, desrespeitada por autoridades, ameaçada por religiosos, despida por uma youtuber, insultada por professora, padre, condenada por pessoas desinformadas e cruéis.

O que será tão difícil de ser compreendido no princípio do “interesse superior da criança”? Será que fracassamos em comunicar à sociedade e ao Estado o que significa dar prioridade absoluta para as crianças e os adolescentes, pessoas vulneráveis e em desenvolvimento?

O Artigo 227 da Constituição Federal de 1988 já determinava tão claramente os direitos e garantias fundamentais das crianças e adolescentes, com responsabilidade compartilhada entre Estado, famílias e sociedade. O ECA, instrumento legal reconhecido internacionalmente, traz então o caminho para se concretizar o Artigo 227 da Constituição Federal. No entanto, ainda hoje, percebemos atitudes em relação às crianças e adolescentes brasileiros, que chocam e machucam barbaramente, a exemplo dos embaixadores pró vida, que defendem o nascimento, ignorando a vida.

O que impede as pessoas de perceberem que estão incluídas no Art. 4º do ECA como responsáveis e obrigadas, como família, membro da comunidade, da sociedade em geral, e do poder público, a assegurarem, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes? Ou seja, os meus filhos, os filhos dos outros, os órfãos, os brancos ou negros, indígenas e quilombolas, com deficiência ou não, pobres ou ricos, autores de atos infracionais, pequenos ou grandes, entre tantos outros, são todos e todas nossa responsabilidade constitucional e moral.

Talvez se o Art. 5º do ECA fosse efetivado, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, por qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, a situação mudasse no nosso país. Talvez aquele tio não se sentisse tão livre para usar uma criança desprotegida para satisfazer seus desejos perversos; talvez os religiosos não se achassem no direito de cobrar e atacar uma menina de dez anos, vítima de violência desde os seis, e ao contrário, representariam o Cristo compassivo e restaurador; a Sara Winter não quebraria os direitos de privacidade da criança, achando que o que faz é admissível; uma “professora” não teria a audácia para dizer a estupidez de que a criança deveria ter chorado e falado para a mãe, e que há 4 anos tinha uma vida sexual ativa; o padre não diria que a criança, de seis anos, consentiu a violência sobre si, “compactuou com tudo…”, “estava gostando…”; órgãos e profissionais que deveriam ser competentes para proteger, não violentariam a vítima pressionando-a; as pessoas em geral não vomitariam suas opiniões cruéis e destruidoras.

Tendo participado, representando o Projeto Calçada da Lifewords e o CONANDA na Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, da construção da Lei que instituiu a Escuta Especializada (Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017) que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, é muito frustrante e desanimador tomar conhecimento de mais uma criança revitimizada pelo sistema.

É verdade contudo, que as lindas e muitas manifestações de carinho e compaixão por parte da sociedade, por profissionais, por Cristãos que vivem o Evangelho, a rede de proteção intervindo e agindo com eficiência, nos conforta e dá esperança. Mas não podemos deixar de prestar atenção e dar voz ao que talvez esteja no grito silencioso da Menina Capixaba: crianças e adolescentes são violados diariamente, assassinados, aprisionados, negligenciados, impedidos de usufruir de oportunidades igualitárias de desenvolvimento, ignorados da norma constitucional da prioridade absoluta dos seus direitos e melhor interesse.

Ainda há tempo para mudarmos; ainda há tempo para assumirmos responsabilidade; ainda há tempo para deixarmos de lado nossas convicções morais e interesses pessoais, para dar lugar a quem deve ocupar a prioridade deste país – as crianças e os adolescentes.

Clenir Xavier, Diretora Internacional do Projeto Calçada, Lifewords

TÃO PERTO, MAS TÃO LONGE.

TÃO PERTO, MAS TÃO LONGE.

Era uma vez um menino que ainda pequenino
Foi escolhido pra morar na casa de Deus
Mas ele não sabia que um profeta seria
Toda a Israel a ele obedeceria
Quando foi dormir, uma voz então ouviu:
Samuel, Samuel, Deus te chama lá do céu
Samuel, Samuel, sê profeta de Israel;
Samuel – Aline Barros

“Samuel cresceu e teve dois filhos: Joel e Abia. A semelhança do seu pai, também foram juízes em Israel. Mas eles não seguiram as mesmas pegadas de seu pai, porém se inclinaram à avareza, aceitavam suborno e perverteram o direito dos mais vulneráveis.” I Samuel 8

Há um hiato que perpassa toda a história de Samuel e dos seus filhos. Essa lacuna é o simples fato de que Samuel não teve infância. Desde pequeno assumiu funções sacerdotais e religiosas, o que o mantinha por demais ocupado e assoberbado. Tais atribuições o tornaram profeta, sacerdote e juiz, mas não o ensinaram a ser pai. Ele não sabia ocupar essa função.

A narrativa bíblica e a canção mencionada no início desse texto não revelam que tipo de relação foi construída ou não entre pai e filhos, mas quando todos os líderes de Israel se reuniram e foram conversar com Samuel, em Ramá, o que foi dito é claro: os seus filhos não seguem o seu exemplo!

Tanta dedicação à Deus, não impediu que Samuel tivesse filhos desonestos. Tão perto, mas tão longe dos seus filhos.

O dilema de Samuel reverbera em vários personagens masculinos do Antigo Testamento: a dificuldade de compreenderem que a paternidade é um ato efetivo e social.

Mas tenho aprendido que a paternidade é socialmente muito mais fácil do que se pode imaginar, o grande desafio para nós homens é a paternagem.

A paternidade engloba um homem que se tornou biologicamente pai de alguém. Já a paternagem significa um homem que decidiu dar afeto, presença e envolvimento emocional aos seus filhos/filhas (biológicos ou não), em uma busca pela participação ativa no desenvolvimento dessa criança.

Segundo o terapeuta Guy Corneau, “é absolutamente necessário que os homens comecem a afagar seus filhos, assim abrirão para eles a porta da sensibilidade, e ao fazê-lo, descobrirão também sua própria sensibilidade. Os homens também têm um corpo, e as pessoas têm necessidade de ser tocadas para manter seu equilíbrio e saber que existem.” Homens que não tenham medo de estabelecerem conexões mais profundas e estáveis com seus filhos/filhas.

Pai ausente, filho carente é o título do livro de Corneau onde o próprio autor afirma que a origem dos problemas mais comuns entre homens é a ausência física e afetiva na relação com seus filhos/filhas.

Por que os homens têm medo da intimidade? Por que alguns recorrem à agressividade?Por que muitos se sentem levados a assumir o papel de heróis/eternos adolescentes/ conquistadores? Estas perguntas (e as suas possíveis respostas) revelam o que pode estar oculto na história de Samuel e
os seus filhos, Joel e Abia.

Eu poderia aprofundar essa questão a partir dos dados da PNAD/2015 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que revelou que, das mais de setenta milhões de família em nosso país, 42% são lideradas por mulheres, e das trinta milhões de famílias que têm mulheres como chefe, apenas um terço têm um parceiro ao seu lado. O número de lares comandados por mulheres só
aumenta a cada ano; porém, vou ficar por aqui.

Homens como Samuel (que não são poucos) têm um exercício hercúleo pela frente: assumirem definitivamente os seus postos em conjunto com a suas esposas, na construção afetiva e efetiva da suas paternagens.

Vladimir de Oliveira | Coordenador Pedagógico/Articulador Social da Casa Semente.

30 anos do ECA e a disposição em não desistir.

30 anos do ECA e a disposição em não desistir.

Em 13 de julho é comemorado o aniversário do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Em 2020 ele completa 30 anos. Sua construção deu-se com base em uma série de acontecimentos que colaboraram para sua criação, dentre eles a Convenção sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989, na Organização Nações Unidas (ONU).   (mais…)

O coronavírus pode ficar do lado de fora!

O coronavírus pode ficar do lado de fora!

“A Sofia bate no irmãozinho menor, que começa a chorar. Ela, então, cheia de frustração, joga com força seu próprio brinquedo, e ele se quebra – aí, quem começa a chorar super alto é ela. A mãe vem correndo e se agacha surpresa perto da Sofia, para ver o que está acontecendo, e leva um tapa da filha. A mãe se desequilibra e cai para trás…. E começa a chorar também.”

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