As crianças observam o que está ao seu redor, e têm uma tendência forte a imitar, especialmente aqueles de sua referência. Quando escolhem seus modelos, geralmente os pais, não imitam só o jeito físico, como a forma de andar, gesticular e falar, mas também hábitos, comportamento e humor. A criança que nota seu modelo de identificação sempre lendo, por exemplo, desenvolverá um apreço pela leitura e pelos livros. Aquela que vê seus pais ajudando os outros, certamente abrirá seu coração para os necessitados.
É verdade também que o filho ou filha que testemunha atitudes negativas do pais, são expostos a isso de forma impactante, podendo facilmente desenvolver o mesmo, como gastar tempo excessivo com dispositivos eletrônicos, brigar com os amigos, agredir fisicamente ou verbalmente, usar drogas ou bebidas alcoólicas.
No mais recente estudo do Projeto Calçada, em 2017, com 160 crianças e adolescentes de 5 países (Brasil, Colômbia, Índia, Quênia e Uganda), eles apresentaram o exemplo negativo dos pais como o segundo trauma mais presente e marcante nas suas vidas (15%), sendo abuso físico em primeiro lugar. As crianças se sentem inseguras quando não encontram em seus pais exemplos bons. Sentem-se magoados e amedrontados. O desenvolvimento psicológico dessas crianças fica comprometido.
Seria muito bom se, antes de repreenderem seus filhos, os pais fizessem uma auto avaliação para checarem se não vem deles mesmos o exemplo da atitude que tanto querem que os filhos abandonem.
Este artigo foi inspirado na campanha da Associação dos Amigos do Hospital das Clínicas – Curitiba/PR
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